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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Rede Pública de ensino cai no ranking da avaliação do ENEM


Do resultado de desempenho do ENEM, somente uma escola pública está entre as dez melhores. A campeã das escolas públicas é o Colégio de Aplicação da UFV (Universidade Federal de Viçosa) e ficou em oitavo lugar.
O colégio São Bento, do Rio de Janeiro, o primeiro na colocação, é uma escola particular, e para estudar lá custa R$ 2.000 mensais. O terceiro colocado, o colégio Vértice, cobra mensalidades de R$3.000.
Nesse retrato da educação brasileira, vemos quão grande é a desigualdade de oportunidades de formação no nosso país.
O Pará ficou dentro da média nacional, mas quando olhamos regionalmente há uma repetição das disparidades público x privado.
Devemos nos perguntar por que as melhores escolas no ranking do ENEM são particulares, e porque a única pública é federal, ou seja, responsabilidade da UNIÂO.
As escolas de Altamira
A melhor escola de Altamira foi o Centro Educacional Gildete Dutra, com 593,31, uma escola privada. A terceira melhor no ranking foi o  Colégio Adventista , que alcançou 579,83 como nota.
A melhor escola pública foi o  Instituto Maria de Mattias que obteve  588,09 pontos, ficando em segundo lugar no cenário municipal, acompanhada da Escola Polivalente. As outras quatro escolas públicas de ensino médio ficaram abaixo da média nacional.
Algumas respostas para todo esse mal desempenho das escolas públicas são bem óbvias: falta de infra-estrutura nas escolas que favoreçam tanto o ensino, quanto a aprendizagem e falta de professores de algumas disciplinas.
Segundo Lisangela de França Né, coordenadora do SINTEPP em Altamira, a escolas são tão quentes que alunos e professores não sabem se se abanam ou se escrevem, fato que se torna um agravante contra o processo de aprendizagem do aluno e dificulta o trabalho do educador. Para começar a mudar a realidade das escolas públicas, o governo tem que fazer a manutenção e conservação dos prédios, garantirem a merenda para os alunos.
Em relação aos professores, Lisangela, diz ser urgente o cumprimento do PCCR, uma vez que o mesmo garante em seu texto um tempo de planejamento para os professores, tempo esse que faria o diferencial para o aluno, pois o professor propiciaria aulas com mais qualidades. Hoje o professor para garantir o pão de cada dia, necessita ter cargas-horárias em várias escolas, impossibilitando-o de dispor de tempo para planejar as aulas. Alguns professores trabalham os três turnos, dividindo-se entre dá aula no Estado e Município, ou em escolas particulares.
A melhor escola pública no ENEM, o Colégio de Aplicação da UFV, colocou como ponto principal do seu sucesso a dedicação exclusiva de seus professores. Lá os alunos cursam a série num turno, no contra-turno tem disponível os professores para tirarem suas dúvidas, não é que a escola seja de tempo integral, é que no contra-turno o professor planeja suas aulas e ajuda seus alunos.
A educação é um problema de todos, é um dever do Estado oferecer uma educação pública de qualidade, e uma certeza é de que apesar disso está Carta Magna do nosso país isso não será dado de presente, por isso devemos criar condições para forçar o poder público a garantir o nosso direito. Somente assim, trabalhadores e trabalhadoras terão seus filhos com oportunidades iguais aos filhos dos patrões.

Por Paulo Villa Real

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