O que sobrou do 11 de Setembro dez anos depois?
O
mundo ficou pior, sem dúvida. Quem pagou particularmente a ousadia do
terror foram iraquianos e afegãos. O ataque deu o pretexto explícito –
não o único possível – para que os americanos e seus aliados fossem ao
Oriente Médio para garantir o petróleo. As mortes civis somente no
Iraque são calculadas em até um milhão de pessoas.
Mas,
se o objetivo do terror era pôr o império abaixo, então vamos precisar
de mais tempo para que a história faça seu veredicto final.
O
fato concreto é que aqueles aviões americanos, lotados de civis
americanos, em território americano, habilmente pilotados pelo terror,
atingiram em cheio seus objetivos. Derrubaram as torres gêmeas, o
Pentágono e somente o último, que se dirigia a Casa Branca, foi abatido
antes de chegar ao seu destino. A morte de milhares de inocentes é a
prova dos nove que o terror é tão cruel quanto a crueldade que deseja
combater.
Ao atingir os símbolos do poder,
atingiram o coração do povo americano. Ruiu o mito da segurança
absoluta, do super homem, da nação indestrutível. Dessa forma, o terror
se alojou na alma americana, embora poucos considerem que a repetição de
algo semelhante seja provável.
A eliminação de
Bin Laden dez anos depois foi vitória de Pirro. A destruição da
auto-imagem dos americanos, a quantidade de mortes no Iraque e
Afeganistão, é um preço absolutamente desigual se comparado com a morte
do provável mentor e articulador do ataque.
Poucos
dias depois da morte de Bin Laden, a inteligência do terror armou uma
cilada para seus assassinos. Pasmem, cerca de 22 Seals – a elite da
elite da tropa – foram apanhados em um único helicóptero no Afeganistão
quando julgavam que abateriam grande parte das lideranças da Al Qaeda.
Mais uma vez a inteligência americana foi humilhada.
Ainda
mais, há analistas que atribuem às guerras subseqüentes, que consumiram
cerca de quatro trilhões de dólares, a causa fundamental dos problemas
econômicos dos Estados Unidos.
Outro império se
levanta no Oriente e tem os olhos puxados. Porém, nenhum império é
melhor que o outro. É só perguntar aos latino americanos o que pensam do
imperialismo brasileiro.
Roberto Malvezzi (Gogó)
Fonte: http://www.brasildefato.com.br/content/11-depois-de-10
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