São inúmeras as lideranças ameaçadas por madeireiros, grileiros e pistoleiros no estado
Em
ofício encaminhado à Polícia Federal, procuradores da República
solicitaram medidas de proteção a trabalhadores rurais ameaçados de
morte no Pará. O caso mais grave é do extrativista Raimundo Belmiro.
Conforme denúncias, foram oferecidos R$ 80 mil pelo seu assassinato.
São
inúmeras as lideranças ameaçadas por madeireiros, grileiros e
pistoleiros no estado. Segundo o procurador Bruno Gutschow, Raimundo vem
denunciando a retirada ilegal de madeira na Reserva Extrativista
Riozinho do Anfrísio, em Altamira. Ele acredita que esse possa ser o
motivo da perseguição.
“É um valor até incomum porque
geralmente a pistolagem age com valores menores. Isso é um indício de
que ele estaria causando muitos problemas aos criminosos. Em função
disso, seria mais importante ainda a atuação do Estado no sentido de
apurar a situação e dar uma proteção efetiva a pessoa.”
As
autoridades de segurança pública também receberam o comunicado do
Ministério Público Federal (MPF), que demonstra preocupação com os
familiares de Zé Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, mortos numa
emboscada, em Nova Ipixuna, no mês de maio.
Em 2010
ocorreram 1.186 conflitos no campo brasileiro, segundo a Comissão
Pastoral da Terra (CPT). Naquele ano, foram assassinadas 34 pessoas.
Para Gutschow, há uma relação entre as disputas por terras e a
violência.
“Se você fizer um mapa do Pará, verá que o
mapa do desmatamento coincide com o mapa dos homicídios e com o mapa dos
conflitos agrários. E a presença do Estado para coibir tudo o que há de
ilegal aqui ainda é muito pequena.”
Recentemente, a
CPT anunciou que, quando se trata de crimes no campo, “o comportamento
da Polícia vai na linha de investigar as vítimas, e não os responsáveis
pelas mortes”.
Jorge AméricoRadioagência NP
Fonte:http://www.brasildefato.com.br/content/criminosos-oferecem-r-80-mil-por-cabe%C3%A7a-de-extrativista
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