As
últimas informações nos dizem que o PIB real do mundo é cerca de 60
trilhões de dólares, enquanto o especulativo é de 600 trilhões de
dólares. Portanto, dez vezes mais.
Mas não é do lixo inflacionário que falo agora, mas daquele que é literalmente envenenado, o caso brasileiro.
O
chamado PIB do agronegócio em 2010 foi estimado em R$ 821,1 bilhões.
Destes, R$ 88,8 bilhões foram da cadeia de insumos, R$ 217,5 bilhões no
campo, R$ 251,4 bilhões na indústria e R$ 263,4 bilhões na distribuição.
(http://www.ourofino.com/noticias/mercado/2011/06/14).
Entretanto,
faz parte desse monumento econômico tudo que se gasta com veneno,
aquele consumido basicamente pelos brasileiros numa média de 5,2 litros
por pessoa ao ano. Evidentemente o veneno entra na lista dos insumos.
Segundo
Raquel Maria Rigoto, desde 2008 o Brasil se tornou o maior consumidor
mundial de agrotóxicos, movimentando 6,62 bilhões de dólares (http://conflitosambientaismg.lcc.ufmg.br).
Esse
é o tamanho econômico do PIB envenenado. Mas, temos que ressaltar que a
venda de aeronaves destinadas à borrifarão, o custo dos pilotos, etc
está embutido na dimensão industrial do agronegócio.
Portanto, no
PIB mundial, se formos descartar o orçamento militar, por exemplo, ele
encolherá substancialmente. Se formos descartar a indústria dos venenos,
tanto em termos mundiais como em termos brasileiros, ele encolherá
também significativamente.
Os movimentos sociais da Via Campesina
estão promovendo uma campanha permanente contra o uso dos agrotóxicos. É
uma campanha pela saúde brasileira.
Portanto, nem tudo que é PIB presta. Há muita especulação, muito lixo, muito veneno inflando a tal riqueza brasileira.
Enfim,
PIB não é sinônimo de qualidade, mas apenas a contabilidade econômica
de tudo que se produz, indo das armas aos venenos, passando inclusive
pela lavagem do dinheiro do tráfico.
Por Roberto Malvezzi (Gogó)
Fonte: Brasil de Fato
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