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"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros". (Che Guevara)

domingo, 31 de julho de 2011

Educação para a classe trabalhadora


A educação é uma das formas criadas pelas pessoas para compartilharem idéias, crenças e saberes, no entanto, imposta por um sistema em que o poder é centralizado, e que controlam os saberes como armas reforçam as desigualdades entre as pessoas.
Para que a educação cumpra o papel de criar e recriar culturas, é necessário comprometê-la com a causa popular, com a solidariedade, com os anseios do povo.
Em Altamira, contamos com uma experiência de Educação Popular, que vem se consolidando a cada ano. O CURSINHO POPULAR,é um esforço coletivo dos militantes da Consulta Popular, de proporcionar à classe trabalhadora altamirense uma oportunidade real de ingressar na universidade.
O Cursinho Popular apresenta uma dinâmica de trabalho diferenciada dos demais pré-vestibulares de Altamira, pois além do objetivo principal de fazer com que seus alunos sejam aprovados no vestibular, se propõem em fazer o debate sobre os problemas sociais no intuito de elevar o senso crítico que leve as pessoas a entender, comprometer-se, elaborar propostas, cobrar e transformar.
Nesta segunda-feira, primeiro de agosto, o Cursinho volta à suas atividades com uma aula magna na Universidade Federal, onde na oportunidade estarão presentes todo o corpo docente e coordenação do Cursinho, juntamente com convidados que farão um debate a respeito da educação popular e do papel do cursinho popular para a classe trabalhadora.
A aula magna é mais uma chance de quem não conhece o Cursinho Popular, visitá-lo e entender sua dinâmica de ensino.
Então fica o convite a todos e todas que querem ingressar na universidade, compareçam na universidade Federal nesta segunda-feira, dia primeiro de agosto, às 19h 15mim.

sábado, 30 de julho de 2011

O primeiro verso da poesia


Hoje vi o nascer de uma poesia,
Na verdade já estava atrasada sua chegada,
Ela vem por parte,
Dela veio apenas um verso
Na promessa de uma rima perfeita
Onde cada homem e mulher
A desejará com a mesma intensidade que a corsa suspira pela água.
Assim seu parto será natural
Não sei se em ritmo lento ou acelerado,
Só sei que os poetas e poetisas
Estão sendo forjados diariamente,
Na ausência da caneta
Usam carvão,
Em vez de papel
Usam os muros.
É tudo inspiração e suor
É o sangue latente de revolta.
Hoje mil e tantas trabalhadoras e trabalhadores
Escreveram um lindo verso
Desse verso
Amanhã teremos a poesia materializada,
E eu estava lá.


Poesia sobre a Marcha pela Moradia e Contra Belo Monte, ocorrida em Altamira no dia 29/07/11.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Abaixo a burguesia, Queremos moradia!


Hoje Altamira presenciou uma manifestação popular há muito tempo vista nessa cidade. Moradores da zona urbana e rural organizaram-se numa marcha nas ruas pelo direito à moradia, qualidade de vida e contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte.
A marcha é conseqüência de um amontoado de fatores:
1.       A insegurança dos moradores das áreas atingidas por Belo Monte por não saberem onde vão ser recolocados;
2.       Altos preços dos aluguéis;
3.       Altos preços de terrenos e imóveis;
4.       Falta de assistência médica a toda população carente;
5.       Falta de educação voltada para os filhos e para os trabalhadores da periferia.
Todas essas questões mobilizaram mais de mil pessoas que tomaram de forma pacífica as principais vias da cidade, onde na oportunidade, os militantes dos movimentos sociais denunciaram o abandono de Altamira por parte da Prefeita, deixando todas as políticas públicas por conta da Norte Energia, que por sua vez não faz nada, a não ser a política do pão e circo.
Os moradores das três ocupações urbanas aproveitaram a oportunidade para fala ao restante da população o motivo de estar na situação de ocupantes, uma tentativa de desfazer a imagem ruim imposta pela mídia burguesa local. Assim foi colocado à toda população o processo violento de expulsão das famílias das casa onde moram por conseqüência do inicio da construção de Belo Monte.
Os manifestantes deixaram bem claro que não vão ceder às ameaças da burguesia local e que com a continuação do processo de expulsão das famílias mais terras ociosas serão ocupadas.
Um dos pontos de parada da marcha foi em frente a Caixa Econômica, órgão do governo Federal responsável por políticas públicas de moradia, lá entregaram um pauta de reivindicação.
A marcha teve seu ato final em frente a Norte Energia. Lá estavam os policiais militares representando parte da força repressiva do Estado. Talvez por serem mal preparados para lhe dar com a situação, ou por que de fato o treinamento deles é para enfrentar pais e mães de família, os PM’s chegaram atingindo os manifestantes com spray de pimenta.
A juventude estava lá
Essa certamente foi uma marcha que serviu para mostrar à burguesia a capacidade dos trabalhadores em se organizar. E nesse meio estava a juventude assumindo um papel importante nesse momento da história, o de expor toda a sua rebeldia contra as injustiças sociais. Puxando a caminhada estava o LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE, com caras pintadas, batendo tambores e entoando as palavras de ordem.
Nesse contexto, a classe trabalhadora continua o seu processo de organização dentro dos movimentos sociais, e que as classse dominantes tremam diante do poder da periferia.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O déficit habitacional Altamirense em números


O sonho da casa própria é o primeiro colocado na lista de muitos brasileiros que dividem a soma da renda familiar para pagar aluguel ou vivem em casa de familiares.
 O número do déficit habitacional brasileiro chega à aproximadamente 8 milhões de residências. No Pará, um Estado com  7.443.904 habitantes, o número de moradias em falta é de 474 mil, de acordo com dados da Fundação João Pinheiro. No entanto esses n úmero são contestáveis, uma vez que os dados coletados só levaram em consideração os municípios com população acima de 20 mil habitantes.
As estatísticas mostram a região do Xingu no ano de 2007 com um déficit habitacional de 17 mil casas, onde Altamira aparece como a primeira colocada com a falta de 6 mil moradias.
Esses dados da região do Xingu já não condizem com a realidade de hoje, uma vez que o inchaço populacional, juntando com o êxodo rural lançaram esses números para um patamar alarmante. Em contrapartida as políticas públicas voltadas para moradia em nada atingiu esse problema crônico.
Enquanto isso, pais e mães de família continuam sonhando na vida digna em baixo de sua própria casa, o sonho de seus antecessores.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Marcha Pela Moradia e Contra Belo Monte


Neste dia 29 de Julho, Altamira presenciará um grande marcha da classe trabalhadora que sofre por falta de uma casa para morar.
Todas as pessoas que se sentem afetadas pelos aumentos exacerbados do aluguel estão convocadas a participar desse ato político por uma vida digna.
É evidente a necessidade de compreensão por parte de todos, que o déficit habitacional em Altamira teve um enorme salto por conseqüência de Belo Monte, por isso, e juntando a questão da saúde, segurança, saneamento e outros a Marcha também terá como alvo esse projeto de Barragem.
Por isso fica o convite, sexta-feira, 29 de julho, às 8h da manhã na Praça da Brasília, todos juntos na Marcha Pela Moradia e contra Belo Monte.
E que as classes dominantes tremam!!!

domingo, 17 de julho de 2011

Sobre as Ocupações em Altamira


Desde o Leilão de Construção da Hidrelétrica de Belo Monte, o povo altamirense tem vivenciado um acelerado processo de transformação na sua cidade e por que não dizer que em toda região da Transamazônica e Xingu, onde são áreas de influências desse projeto que não se tem dimensão real de seus impactos.
Todas essas mudanças acontecidas da noite para o dia vêm acarretando enormes transtornos à classe trabalhadora, a classe que de fato produz riqueza nessa cidade. Todos esses problemas agora sentidos na pele pelos altamirenses foram previstos desde a gênese desse projeto há 35 anos. Àqueles que dependem dos serviços básicos públicos em Altamira, simplesmente estão à mercê da sorte, uma vez que os aparelhos sociais não suportam o número de pessoas dependentes de seus serviços. Os postos de saúde diariamente com filas sem fim e sem presença de médicos para atender os usuários. No tangente a segurança pública, a população nunca se sentiu tão insegura, uma vez que o número de assassinatos, roubos e arrombamentos cada vez mais ocupam destaques nos noticiários locais.
Poderia aqui fazer uma lista infinita das mazelas sociais causadas por conseqüência de Belo Monte, mas quero debruçar-me sobre uma em especial, a questão da moradia.
Quantos pais e mães de família trabalham um mês todo para receber um mísero salário mínimo ou até menos, e dessa pequena quantia tem que fazer a feira mensal e ainda pagar aluguel? Mas, mesmo assim esse povo sofrido fazendo todos os tipos de economias de um lado e de outro, conseguiam sobreviver. No entanto, com o acelerado inchaço populacional, juntamente com a especulação imobiliária, o preço dos aluguéis tiveram um enorme salto. Assim, quem recebe apenas um salário mínimo e não tem casa própria ficam impedidos de ter uma moradia. Aluguéis que antes custavam R$ 180,00, hoje custa R$ 350,00, um aumento de 94,4%. Para quem ganha apenas um salário mínimo mensal, depois do aluguel pago, sobra apenas R$ 195,00, que terá que dividir para pagar a conta de luz, que é outro assalto mensal sofrido pelos trabalhadores e trabalhadoras e, por fim sobra o dinheiro da feira.
Agora imaginem, uma família constituída por três pessoas ( e estou sendo generoso com a quantidade de pessoa por família nesse exemplo) que pagaram de conta de luz um valor de R$ 50,00, assim restou à família R$ 145,00 para comprar a alimentação. Mas, será que essa pequena quantia dá para passar o mês? E, nós trabalhadores não vivemos apenas de pão! E o direito a cultura e o lazer? Que estupidez minha pensar em cultura e lazer se, nem o pão de cada dia nos é garantido!
Nesse contexto de aumento de privações de direitos, a classe oprimida  como num lapso generalizado de consciência de classe, se organizam para garantir seu direito constituído na Carta Magna do nosso País: O Direito a Moradia. Surgem então as ocupações urbanas.
Essas ocupações são apenas resultados de um centenário de exploração de um povo lutador cansado da lida diária que  não lhe  rendeu se quer um teto pra morar, enquanto seus patrões a cada dia ficaram mais ricos. E hoje entendem que esse teto, esse pequeno pedaço de chão não lhes serão presenteados, mas sim conquistados à custa de muita luta com uma boa organização e consciência de CLASSE TRABALHADORA.
 Nesse sentido as três novas ocupações se diferenciam de outras ocorridas posteriormente em Altamira, pois cada homem e mulher presentes naqueles pedaços de terra vêm nesse momento histórico a chance de conquistar o sonho de toda uma vida, entendendo que a luta é coletiva, tendo em vista que além da conquista da terra, a unidade entre eles já é a sua primeira vitória.
E como em qualquer parte do mundo, quando os trabalhadores se organizam, a burguesia tem a sua reação imediata. Usando de todos os meios de comunicação que eles têm nas mãos, propagandeiam crimes cometidos por parte dos ocupantes das suas terras, na tentativa de colocar o povo contra o povo. Acionam a justiça para denunciar crimes ambientais, como se fossem defensores da natureza. E se julgam os produtores de riqueza da região.
Ainda bem que a população altamirense já compreende a verdadeira intenção da aquisição de canais de televisão por parte de vários grupos burgueses: a alienação, a distorção dos fatos de acordo com seus interesses, a criminalização das organizações populares.
E qual moral a burguesia tem para denunciar crimes ambientais? Chegou a ser irônico ver o representante dos grandes ruralistas, grupo responsável por um grande número de desmatamento ilegal na região, dizer que nas ocupações está havendo crime ambiental. Dizendo que a justiça não pune os ocupantes por crimes ambientais, enquanto eles (ruralistas) são punidos por derrubar para produzir a riqueza da transamazônica. Aqui vale uma correção, a burguesia nunca produziu e nem produzirá riqueza em qualquer parte do mundo, os produtores de riqueza são os trabalhadores e trabalhadoras, os burgueses cumprem o papel de explorar a mão-de-obra e por fim expropriar a riqueza produzida por cada homem e mulher.
Vale ressaltar que esse processo de intensificação de luta de classes é reflexo do acelerado avanço do capital em toda região da Transamazônica e Xingu, uma vez que os trabalhadores que apesar de todas as privações já vividas há muito tempo estavam numa zona de conforto, e nesse momento da história perceberam que não tinham outra saída se não se organizarem e irem à luta. Por outro lado empresários e fazendeiros que são os latifundiários rurais e urbanos, grande defensores de Belo Monte, estão sentindo na pele o inicio das conseqüências desse projeto de morte, pois pensavam apenas em aumentar suas riquezas, não perceberam que seus coveiros só estavam se multiplicando a cada dia.
E o povo não pára de lutar, uma vez a classe trabalhadora organizada os avanços das conquistas só tende a continuar. Os primeiros passos já foram dados, homens e mulheres estão na terra, agora é fortalecer a unidade e resistir aos opressores.