Os jornais da grande mídia ao noticiarem a onda de protestos na Inglaterra estão frisando o método usado pelos jovens nos seus protestos, mas em momento algum discutiram a condição de vida no qual são submetidos.
Em entrevista ao vivo à Globonews o sociólogo Silvio Caccia Bava, quando os apresentadores insistiam em chamar os jovens de marginais, o sociólogo expôs de maneira clara que os protestos na Inglaterra não são coisa de um bando de loucos que querem destruir tudo o que veem pela frente. Na verdade, existe toda uma conjuntura de crise econômica e ataque aos direitos sociais que leva esses jovens às ruas, mas que é mascarada pela mídia a fim de criminalizar suas ações.
Entrevistado por uma rede britânica de TV, um dos participantes dos distúrbios garantiu que as ações violentas eram necessárias: “Se não estivéssemos fazendo uma revolta, vocês não estariam aqui me ouvindo, não é? Dois meses atrás, nós marchamos até a Scotland Yard, mais de duas mil pessoas, todas vestidas de preto, tudo calmo e pacífico e quer saber? Nem uma palavra na imprensa. Na noite passada, bastou um pouco de revolta e saques, e agora olhem ao seu redor”.
Um comentarista d The Guardian, Seumas Milne, criticou a criminalização do problema:“Se o que ocorreu esta semana é pura criminalidade e não tem nada a ver com a repressão policial, o desemprego juvenil, a desigualdade social ou a crise econômica, por que está ocorrendo agora e não há uma década? Por que ocorre nos bairros pobres?”
Disso tiramos trê certezas: 1) o povo jamais terá suas demandas expôs nas mídias burguesas. 2) A mídia sempre cumprirá o papel de criminalizar que enfrentar o sistema. 3) Silvio Caccia Bava nunca mais será entrevistado pela Globo.
Por Maria Fernanda Linhares
Por Maria Fernanda Linhares
Nenhum comentário:
Postar um comentário