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"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros". (Che Guevara)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O amém coletivo de todo dia


- Os vereadores estavam recebendo “mensalinho”- Diz o Seu João ao compadre José.
- Oh, vizinha! Fui de madrugada ao posto de saúde e não consegui uma ficha pra consultar meu filho. - Reclama Maria, uma dona de casa.
- Pai de família é assassinado dentro de casa, tentando defende seu filho- Manchete de destaque no jornal.
São essas e outras situações encaradas diariamente por todos os cidadãos do nosso país, e é bem latente na nossa cidade. São vereadores recebendo pagamento para votar no candidato a presidente da câmara indicado pela prefeita; é a falta de atendimento médico aos doente; insegurança constante mesmo dentro de casa; o uso excessivo da força por parte dos policiais em ação nas ocupações urbanas.
Na hora do acontecido inicia um murmurinho entre as pessoas, um ar de insatisfação como se fosse uma prece fervorosa pelo fim das injustiças, das mazelas sociais, sentidas somente pelos meros mortais. Mas todo o fervor espalha-se pelo ar, disseminando um desejo natural de mudança da realidade semelhante a via crúcis.
Mas acaba a oração e num amém coletivo tudo é esquecido. Não sei se é fruto da certeza foi atendida, ou se, na mente de cada um esse momento de prece não passou de um ritual de alívio de compartilhamento da indignação.
E nesse meio, profetas e profetisas insistem em proclamar a verdade, disseminar a vinda de um novo mundo, no entanto, o povo enclausurado numa cortina de fumaça impedindo-os de enxergar a opressão que os suprimem diariamente, viram as costas a libertação.
Quem o povo espera para atender as suas orações? A palavra todo dia vem sendo plantada, entretanto é forte a influências dos fariseus manipulando as leis, explorando a fé da população.
Os homens das leis não ouvem, o tempo tão esperado chegou, é hora de enxergar que a prece já está sendo atendida, deve-se seguir o caminho aberto no meio de escuridão, dando fim ao amém coletivo diário forçado pela opressão.

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