A Prefeitura de Santarém, maior cidade do oeste do Pará, anunciou luto
oficial nesta segunda-feira (12) em decorrência da decisão dos eleitores
paraenses de rejeitar a divisão do Estado. A cidade era candidata a
capital do Tapajós.
A prefeita de Santarém, Maria do Carmo (PT), disse que outras cidades do
Pará em que a maior parte dos votos foi a favor da criação do Tapajós e
do Carajás também decretarão luto.
Em entrevista na noite deste domingo, políticos e empresários afirmaram
que a derrota não é o fim do movimento separatista no Pará.
"Foi uma grande vitória política para o futuro Estado do Tapajós. Foi
apenas uma etapa. Apenas adiamos nosso sonho, porque nós haveremos de
conseguir a criação de nosso Estado", disse a prefeita.
O presidente do Instituto Cidadão Pró-Estado do Tapajós, Edivaldo
Bernardo, professor da Ufopa (Universidade Federal do Pará), disse que,
apesar da derrota, o plebiscito pode servir de "barganha" para que as
regiões mais pobres consigam mais investimentos do governo.
MUDANÇA DA CAPITAL
Os líderes pró-Tapajós também anunciaram que vão propor, na Assembleia
Legislativa, a transferência da capital do Pará para o centro do Estado
como forma de obrigar o governo a investir nas regiões mais isoladas.
Uma das cidades cogitadas é Altamira, onde está sendo construída a
hidrelétrica de Belo Monte.
Os separatistas querem ainda estudar mudanças para que próximos
plebiscitos ouçam apenas as regiões separatistas --e não o Estado
inteiro, como ocorreu hoje. Uma das hipóteses para isso seria propor uma
emenda à Constituição no Congresso.
"Foi uma disputa desigual", reclamou o presidente da frente pró-Tapajós, deputado federal Lira Maia (DEM).
Por RODRIGO VIZEU
Fonte: Folha
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