Acompanhando
a questão de Belo Monte, fui me apropriando de alguns conceitos, onde o
fundamental foi o de atingido. Para o Movimento dos Atingidos Por Barragens, o
conceito de atingido vai mais além do que as pessoas que serão expulsas pelo
lago formado pela barragem, levam em consideração a interrupção das relações sociais,
culturais e econômicas. Mas historicamente, nas construções de barragens no
Brasil, as empresas têm negado o direito aos atingidos pelo lago, imaginem os
que são impactos nas relações sociais culturais e econômicas, como devem ter
ficado essas pessoas.
Pois bem,
andando e conversando com algumas pessoas pela cidade de Altamira, tenho
observado como essa barragem já tem atingido algumas categorias.
Comprei alguns tijolos para fazer uma área aqui em
casa, no ato da compra puxei conversa com um oleiro, um senhor muito distinto.
Ele me falava como está difícil trabalhar, produzir os tijolos, por falta de
mão-de-obra, pois os trabalhadores que lhe ajudavam foram se empregar na CCBM.
Aí me lembrei
do meu compadre José, ele é marceneiro. Liguei pra saber se ele também estava
com dificuldade pra conseguir trabalhador. Ele me falou que não estava tendo
problemas porque a marcenaria dele é um negócio estritamente familiar, seus
ajudantes são seus filhos, mas que conhecia gente que estava prestes a fechar a
marcenaria porque não tinha ajudante para garantir a produção necessária do
estabelecimento.
Observando
com mais calma, vi realmente que as pessoas no qual eu já estava acostumado a
me relacionar no mercadinho da esquina de casa, do açougue não estão mais lá. O
pequeno comerciante, os oleiros, os marceneiros e tantas outras categorias
estão sendo impactados por Belo Monte. Alguns deles a água do lago não vai nem
chegar perto de casa, mas estão sendo afetados pela obra.
Essas pessoas
são impactadas diretas ou indiretas? A Norte Energia vai criar um programa de
compensação à todas essa categorias?
Por João Fernando
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