A farsa da oligarquia da mídia contra a corrupção está em marcha. No
feriado do dia 12, a TV Globo fez até plantão, com repórter na
Esplanada, em Brasília, interrompendo a programação normal, para falar
de toda a sua grande esperança e torcida para que a denominada Marcha
contra a Corrupção fosse massiva.
Que diferença da TV Globo dos
anos de 1980 quando sonegou ao povo, até não poder mais, informações
sobre a Campanha das Diretas-Já, quando milhões de cidadãos foram às
ruas para conquistar, finalmente, o voto direto e enterrar a ditadura,
defendida pela emissora!
Há uma tentativa de “teorização
vulgar”, quando jornalistas tucanos, como Eliane Cantânhede - que chegou
a considerar um comício do PSDB como uma “manifestação de massa
cheirosa” - esforçam-se por argumentar que algo inédito estaria
ocorrendo nestas manifestações porque não registram presença de
partidos, sindicatos, movimento estudantil ou social. Segundo dizem,
esta característica conferiria um novo conteúdo à manifestação, de
modernidade, espontaneísmo, sem contaminação político-partidária, como a
negar o papel da liberdade partidária e sindical, conquistada pelo povo
após o funeral da ditadura. Há uma dose de farsa nisto tudo, primeiro
porque alguém pagou pelas vassouras (que lembram Jânio Quadros) da
manifestação, que também contou com convocação da juventude do PSDB.
As
greves de várias categorias por melhor remuneração e condição de
trabalho, a luta que continua pela reforma agrária, pelo direito a
moradia, mostram claramente que partidos, sindicatos e movimentos
sociais não estão cooptados. Ao contrário, estão arrancando conquistas
legítimas. Esta é uma conclusão importante. Outra, é sobre a aliança que
determinados segmentos da esquerda estão realizando com a TV Globo,
terminando por reforçar, involuntariamente, o discurso conservador de
que a corrupção foi inventada por Lula-Dilma. Isto sim deve ser motivo
de preocupação, sobretudo após a assustadora aliança de setores da
esquerda com a OTAN em sua agressão imperialista à Líbia.
Por Beto Almeida
Fonte: Brasil de fato
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