‘O pessoal da medição da cota dágua veio agora, do dia 9 para o dia 10',
afirma Adelci.’
Norte Energia inicia barragem antes de saber até onde a água vai chegar
como a construir uma casa a partir do telhado. É o que ficou confirmado em
reunião do MAB - Movimento dos Atingidos por barragens nesse domingo (12/2) com
famílias de Assurini, na Agrovila Sol Nascente.
Assurini é uma região de 6 mil famílias, aproximadamente 30 mil pessoas,
carente de políticas públicas elementares nas áreas da educação, saúde, estrada
e segurança. As famílias questionam a paralisação de entrega de títulos de
terra - numa área tão grande existem apenas 84 títulos -, pagamento de taxa na
balsa para ir à sede do próprio município e as 'irregularidades' na implantação
do programa Luz para Todos. Essa situação está piorando ainda mais com os
impactos negativos da barragem de Belo Monte que começa a atingir, de
forma dramática, toda a região.
As localidades de Mangueiras, Cocal e São Rafael ficaram sabendo, por
rádio, que seriam afetadas por uma estrada da Norte Energia com 50 km de
comprimento numa faixa de 50 metros de largura. A Norte Energia só agora está
fazendo o trabalho do nivelamento do lago - saber até onde a água vai chegar -,
depois de ter iniciado as obras da barragem há quase um ano, como a começar uma
casa do telhado: 'o pessoal da medição da cota d’água veio agora, no dia 9 para
o dia 10. Todo esse tempo eles estão trabalhando e vieram agora aí com nós',
afirma Adelci Santana Braga, da comunidade São Francisco Xavier. Edimar Marque
lembrou que 'Lula afirmou que haveria a barragem só depois que todos fossem indenizados,
e cada um no seu lugar'. E desabafou: 'eles não obedecem a ninguém'.
A forma de implantação do Programa Luz Para Todos no Assurini também deixa muitas famílias revoltadas. Orçado em pouco mais de um milhão e cem mil reais, deverá atender apenas 600 famílias das 6 mil existentes. O número contrasta com os 100 milhões repassados a policiais dos municípios atingidos pela Barragem. Os moradores informaram, ainda, que as famílias ameaçadas por Belo Monte, mesmo com a previsão de ficarem mais 8 anos em suas propriedades, e as famílias 'recentes', estão excluídas do Programa. Davi Geraldo Carvalho Leite, do Ramal Bom Sossego, disse: 'a gente vê tanta irreguralidade que nos atinge diretamente. Sobre esse projeto Luz Para Todos, a gente está vendo falha no cadastramento. A gente quer uma regularização. Somos cidadãos, pagamos nossos impostos, temos nossos anseios'.
A forma de implantação do Programa Luz Para Todos no Assurini também deixa muitas famílias revoltadas. Orçado em pouco mais de um milhão e cem mil reais, deverá atender apenas 600 famílias das 6 mil existentes. O número contrasta com os 100 milhões repassados a policiais dos municípios atingidos pela Barragem. Os moradores informaram, ainda, que as famílias ameaçadas por Belo Monte, mesmo com a previsão de ficarem mais 8 anos em suas propriedades, e as famílias 'recentes', estão excluídas do Programa. Davi Geraldo Carvalho Leite, do Ramal Bom Sossego, disse: 'a gente vê tanta irreguralidade que nos atinge diretamente. Sobre esse projeto Luz Para Todos, a gente está vendo falha no cadastramento. A gente quer uma regularização. Somos cidadãos, pagamos nossos impostos, temos nossos anseios'.
Eliane Moreira Santos, militante do MAB, afirmou que 'a reunião foi
proveitosa. O povo tinha sérias dúvidas sobre a barragem. E entenderam que o
objetivo do Movimento é a organização do povo'. Para Adriele de Oliveira
Vitoriano, também militante do MAB, o debate da pauta dos atingidos é
fundamental: 'montamos uma pauta que contempla os direitos do povo. As famílias
atingidas por Belo Monte entenderam a nossa mensagem de união e luta'.
Fonte: MAB - Movimento dos Atingidos por Barragens
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