Trabalhadores das Centrais Elétricas do Pará S.A. (Celpa) cruzaram os braços ontem, após assembléia realizada na sede da empresa, em Belém, para protestar contra o atraso no pagamento da 38ª parcela do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), que deveria ter sido pago aos colaboradores desde o último dia 20 de fevereiro. Cerca de 500 funcionários participaram do movimento e a decisão de suspender as atividades foi unânime. De acordo com a diretoria do Sindicato dos Urbanitários do Pará, que organiza a categoria, a assembléia permanente vai durar 48 horas, e deve contar com a adesão de 90% do quadro funcional da empresa. Atualmente, grande parte dos serviços prestados pela concessionária de energia elétrica é terceirizada.
As agências de atendimento da Celpa, em Belém e no interior do Estado, fecharam suas portas durante na manhã de ontem. Quem procurou o escritório de Icoaraci, por exemplo, voltou para casa sem atendimento. Segundo aponta o presidente dos Urbanitários, Ronaldo Romeiro, a categoria deve se unir neste momento, já que a empresa passa por dificuldades financeiras. “Queremos, entre outras coisas, a melhoria dos serviços prestados à população, a manutenção dos nossos empregos e a garantia de nossos direitos, que envolve o pagamento de benefícios como o PCCS”, questiona.
A paralisação, segundo garante Romeiro, não afeta a prestação dos serviços essenciais à população. “O plantão será mantido, assim como as manutenções de urgência e emergência. Já o administrativo e o operacional, permanecerão paralisados por 48 horas. Ao final deste prazo, se a empresa não se manifestar, faremos uma nova assembléia para decidir os rumos do movimento”, avisa. Ele destaca que, neste intervalo de dois dias, a categoria vai aguardar o depósito do benefício atrasado. A falta de pagamento do acordo trabalhista se agravou desde o último dia 28 de fevereiro, quando a Celpa entrou com o pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJE-PA).
Com a intervenção da justiça, a concessionária de energia elétrica – que tem aproximadamente de 2,1mil funcionários – terá a possibilidade de apresentar, em juízo, formas de sanar suas dívidas junto aos credores.
Neste caso, cabe ao TJE nomear um administrador judicial para intervir nas contas da empresa. Desde o pedido de intervenção, dois nomes foram apresentados: Vilmus Grunvald, atual presidente do Conselho de Administração da Cosanpa, e Mauro Santos, que é advogado. Já o presidente dos Urbanitários, discorda das indicações do TJE-PA. “A empresa deve ter a interveniência da Eletrobrás, e não de indicações do governador do Estado. Queremos a federalização da Celpa, em favor da Eletrobrás, e não de apadrinhados políticos”, reage.
Neste caso, cabe ao TJE nomear um administrador judicial para intervir nas contas da empresa. Desde o pedido de intervenção, dois nomes foram apresentados: Vilmus Grunvald, atual presidente do Conselho de Administração da Cosanpa, e Mauro Santos, que é advogado. Já o presidente dos Urbanitários, discorda das indicações do TJE-PA. “A empresa deve ter a interveniência da Eletrobrás, e não de indicações do governador do Estado. Queremos a federalização da Celpa, em favor da Eletrobrás, e não de apadrinhados políticos”, reage.
Os empregados da terceirizada Cred News, que presta à Celpa serviço de corte, religação, ligação nova, além de negociações de débito em carteira, também paralisaram suas atividades. Segundo eles, a empresa está com os salários atrasados há pouco mais de um mês. A terceirizada, que tem 220 funcionários, também atrasou o tíquete alimentação dos empregados. O plano de saúde, segundo eles, está suspenso. Através de nota, a Celpa informou que apresentou pedido à Justiça na manhã de ontem para efetuar o pagamento da parcela do PCCS aos seus colaboradores. Por conta da recuperação judicial em curso, a empresa está impedida de realizar pagamentos em aberto. O Grupo Rede garantiu que os salários continuarão a ser pagos normalmente durante o período de recuperação judicial e conta com a compreensão de seus colaboradores nesse momento.
Promotor não descarta procedimento policial para apurar razões da crise
O promotor Sávio Brabo está encarregado de acompanhar o processo de recuperação judicial das Centrais Elétricas do Pará (Celpa). Ele esteve reunido ontem com representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) com objetivo de verificar o andamento da situação.
O promotor Sávio Brabo está encarregado de acompanhar o processo de recuperação judicial das Centrais Elétricas do Pará (Celpa). Ele esteve reunido ontem com representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) com objetivo de verificar o andamento da situação.
Brabo disse que não está descartada a possibilidade de instauração de um procedimento policial para apurar os fatos que levaram a prestadora de serviços à crise financeira e ao pedido de recuperação judicial, na semana passada, junto ao Tribunal de Justiça do Estado, que acatou a solicitação.
Ontem, foi anunciado o nome do advogado Mauro Santos como administrador judicial da Celpa. De acordo com o representante do Ministério Público, já foi solicitado da companhia a contabilidade dos últimos quatro anos, o mínimo exigido pela Justiça para acatar uma solicitação de recuperação financeira junto ao poder judiciário.
Sávio Brabo disse, também, que a grande preocupação do Ministério Público, neste momento, é garantir que a Celpa mantenha todos os serviços à população, que deverá ter energia elétrica sem qualquer interrupção. “Esta é uma obrigação da Celpa, imprescindível e que não poderá ser ignorada pela empresa. Em todo caso, não está descartada a possibilidade de uma intervenção da Aneel para assegurar o direito líquido do consumidor paraense de energia”, destacou o representante do Ministério Público. Ele falou, ainda, que outro problema, é se certificar de que a companhia terá fôlego para se recuperar financeiramente, garantindo os pagamentos de suas dívidas sem a necessidade de decretar falência. Segundo o presidente do Sindicato dos Urbanitários, Ronaldo Romeiro, a Celpa teria sido sucateada pela Rede, para poder socorrer as prestadoras de serviços de energia elétrica de outros Estados.
Fonte: Sindicato dos Urbanitários
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