O Ministério da Agricultura recebeu um pedido de representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para a liberação do herbicida glifosato no cultivo da mandioca. Essa variedade de agrotóxico é a mais comercializada no Brasil, e mata qualquer tipo de planta, exceto aquelas geneticamente modificadas.
Pesquisas realizadas em diferentes países relacionam o glifosato a problemas reprodutivos. Em muitos casos ficou comprovado o aumento da incidência de abortos em animais, além do desenvolvimento de pragas resistentes devido ao uso excessivo nas plantações. Combinado com outras substâncias, o glifosato pode provocar o surgimento de câncer de fígado.
Em dezembro do último ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interditou 230 mil quilos glifosato, em uma fabricante de Minas Gerais. A autuação foi feita sob a acusação de adulteração na composição e uso de matéria-prima de origem não comprovada.
Na última segunda-feira (5), cerca de 500 agricultoras ocuparam a sede da Embrapa Arroz e Feijão, em Goiânia, em Goiás. As trabalhadoras exigiam a manutenção da Embrapa 100% pública e a retirada do Projeto de Lei 222/08 (Embrapa S/A), que pretende transformá-la em empresa de economia mista, com ações negociadas na bolsa de valores.
A Embrapa é um dos órgãos que mais recebem financiamento de empresas transnacionais para investimento em pesquisas. Somente a Monsanto repassou quase R$ 6 milhões em 2010.
Por Jorge Américo
Fonte: Radioagência NP
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