Desde a semana passada ospescadores resolveram retomar a pesca próximo à área da ensecadeira, em construção pela Norte Energia, o que obrigou a empresa a paralisar a obra. Chegou a ser divulgada presença do Ministro da Pesca, Marcelo Crivela, mas ele não compareceu.
Os pescadores relataram que há peixes morrendo no Xingu e que a produção já diminuiu em 30%. Disseram ainda que estão ficando encurralados entre os obras da barragens e áreas reservadas aos indígenas. Criticaram a prepotência da Norte Energia, que proibiu o trânsito de embarcações na Volta Grande do Xingu sem dar a eles uma alternativa. "O rio é nosso, o rio é público", desabafaram.
Lúcio Álves, presidente da Colônia Z-57, afirmou que "não queremos Belo Monte, a barragem veio para destruir o que temos de mais belo, o Xingu, para desenvolver lá fora e escravizar o povo daqui". E apelou para que os direitos do povo sejam garantidos. Lúcio disse ainda que a Norte Energia está mandando na região e reivindicou do governo apoio para pressionar a empresa.
Os pescadores apresentaram uma pauta com quatro pontos principais para compensar os danos já causados pela obra: uma central de beneficiamento e comercialização de pescado, incluindo desde caminhões até a construção do mercado do peixe; construção de bairro de pescadores, com possibilidade de aqüicultura; ordenamento pesqueiro, com regras claras e considerando a visão do pescador; 6 salários mínimos/mês até que o rio esteja novamente apto à pesca.
Os representantes prometeram incluir os pescadores em programas já existentes. Para a reivindicação de salários, alegaram que não têm resposta, mas vão levar o caso à Norte Energia.
"O MAB vem apoiando e acompanhando de perto a luta dos pescadores por ser uma luta justa, e defende que só o povo organizado poderá garantir seus direitos", afirmou Claret Fernandes, militante do MAB na região de Altamira.
Por MAB- Movimento dos Atingidos Por Barragens
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