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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Ato em apoio à reeleição de Chávez reúne movimentos sociais e partidos políticos



O embaixador venezuelano no Brasil, Maximilien
Arvelaiz, discursa durante o ato - Foto: Divulgação
Cerca de 300 pessoas participaram na noite desta quarta-feira (05) de um ato em apoio à reeleição do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na Casa de Portugal, localizada no centro de São Paulo. O evento foi organizado pela campanha “O Brasil está com Chávez”, composta por diversos movimentos sociais, estudantis e feministas, partidos políticos e sindicatos progressistas.
Além de uma série de discursos justificando a importância que o resultado do pleito terá não só para a Venezuela, mas também para toda a América Latina, o encontro também contou com apresentações musicais do cantor Pedro Munhoz e da escola de samba Vai-Vai.

Para Valter Pomar, membro do diretório de Relações Internacionais do PT (Partido dos Trabalhadores) e primeiro a discursar na noite, a vitória de Chávez em outubro será decisiva não só para todos os latino-americanos, mas para o destino da esquerda mundial. Segundo ele, sem Chávez a integração da América Latina e do Caribe estaria sob ameaça.

“Para todos os processos progressistas colocados em marcha no século XXI, a experiência venezuelana serviu de horizonte, de exemplo para as transformações possíveis em países que passavam por uma imensa desigualdade social”, afirmou em entrevista ao Opera Mundi. Um diferencial importante, segundo Pomar, é a forma como que Chávez sempre tenta incluir de maneira significativa o conteúdo social em sua agenda de integração.
Opinião semelhante teve também o economista e coordenador nacional do MST (Movimento Sem Terra), João Pedro Stédile, para quem está em jogo a disputa entre dois projetos antagônicos para todo o continente, cujo resultado vai definir a correlação de forças na América Latina. “Se a direita retomar o poder na Venezuela, ela vai influenciar inclusive na Argentina e Brasil, correndo risco que entremos em um novo ciclo conservador como ocorreu durante as ditaduras militares nas décadas de 60 e 70”, discursou.

Ao ser perguntado sobre o papel do líder venezuelano para a luta agrária, o ativista afirmou que o caso da Venezuela é emblemático. “Durante todo o século XX, ela era um país dependente do capital estrangeiro, dos EUA e do petróleo. Quando Chávez assumiu (1999), o país importava 90% de seus alimentos. O que está em curso nesses doze anos é uma reestruturação de todo o processo de produção de alimentos no país para que ele alcance sua soberania alimentar, plante suas próprias sementes e se liberte da dependência. É um exemplo para outros países”, afirmou.
Já o escritor Fernando Morais nem sequer vislumbra possibilidade de derrota de Chávez. “Como sou publicamente comprometido com Chávez, minha opinião pode não parecer isenta. Por isso, apresento, por exemplo, os números apresentados pela ONU [no relatório Estado das Cidades da América Latina e do Caribe], no qual mostra que a Venezuela é o menor país com desigualdade econômica e social da região. Então, os números falam por si”, disse ele ao justificar seu engajamento.
No discurso, fez questão de apontar os erros da imprensa brasileira ao falar da Venezuela, e lembrar que alguns dos principais jornais e TVs do país são as principais fontes de críticas ao atual presidente.

O deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP) lembrou que Chávez também tem o apoio do governo brasileiro. "O governo brasileiro agiu bem quando houve a exclusão do Paraguai e a imediata entrada da Venezuela no Mercosul. Os golpistas paraguaios andam por nossa América. Mas o presidente Lula nunca recuou das relações com a Venezuela."

Também discursaram o ex-deputado, advogado e militante Plínio de Arruda Sampaio (Psol), o secretário de Relações Internacionais do PC do B, Ricardo Abreu (Alemão), a coordenadora nacional da Marcha Mundial das Mulheres, Malu Faria, Daniel Iliescu, presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Nivaldo Santana, vice-presidente da CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil), Ricardo Gebrim, do Movimento Consulta Popular, Socorro Gomes, da Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz) e o jornalista e militante Max Altman.

A eleição no país sul-americano será disputada no dia 7 de outubro, em turno único. O vencedor governará a Venezuela pelos próximos seis anos.

Por João Novaes
Fonte: Brasil de Fato

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