No atual modelo de sociedade ao qual vivemos qualquer ação capaz de desafiar o padrão de pensamento da classe dominante é CRIME. O pior de tudo é que como disse Marx, o pensamento dominante é o da classe dominante, logo, vemos pessoas oprimidas reproduzirem o discurso dos opressores.
Durante esta semana voltou uma discussão a
respeito das pichações em prédios públicos com mensagens contra Belo Monte.
Vandalismo, crime, esses foram alguns adjetivos destinados a tal prática. Um amontoado
de discursos sem qualquer análise do momento histórico vividos pelos altamirenses.
Antes de taxarmos as PICHAÇÕES como vandalismo,
temos que compreendê-la. Essas mensagens nos muros e paredes só sintetizam as
tensões vividas na nossa região, e aponta para o epicentro.
O SPRAY é ferramenta que restou àqueles que
ficaram sem espaço para se expressar. Pinchar é arte revolucionária.
As frases nos muros e paredes fazem cada individuo
lembrar-se de que nem tudo é normal: o caos no transito, na saúde, segurança,
trabalho escravo, mercantilização da natureza. E que tem um CRIMINOSO que não é
o POVO. E nessa hora está na mira os prédios da NORTE ENERGIA, dos GOVERNOS, e
até as UNIVERSIDADES.
O prédio dos governos por escancarar as portas
de nossa cidade para os sanguessugas capitalistas. Das Universidades por terem
a obrigação de produzirem conhecimentos que beneficiem o povo, mas seu alvo é
sempre a elite, e para os universitários lembrarem-se que existe vida fora do muro
que os prendem. Não tenham medo de pensar.
Pensar é crime, mas é um crime libertador...E o
comodismo mata...
Viva os revolucionários da revolução francesa
que usaram da pichação para propagandear suas idéias. Viva os lutadores do
Xingu, que ainda vê nesse instrumento uma forma de estampar as contradições
atuais.
Por Edvaldo Linca
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